Olá, meu nome é Carlos Danilo Antoniolli, sou médico veterinário, pós-graduado e especialista em comportamento animal e endocrinologia veterinária.

Minha principal área de atuação, além da clinica médica, é a medicina veterinária comportamental, tendo o objetivo de diagnosticar e aplicar terapias no tratamento de cães e gatos com distúrbios de comportamento.

Em muitos distúrbios de comportamento, como agressividade, medos, fobias, traumas e ansiedades, podem estar associados à comorbidades importantes, como crises de dor ortopédicas, odontológicas, gastrointestinais, alterações orgânicas como as hepatopatias, endocrinopatias, nefropatias, neuropatias entre outras... Essas alterações predispõem as alterações comportamentais elevando a importância e necessidade da medicina veterinária comportamental na abordagem dos distúrbios de comportamento animal.

Nos casos de doenças que se desenvolvem de uma forma crônica, ou seja, seus sinais e alterações orgânicas são brandos, mas persistentes por um logo período, leva a um quadro de estresse crônico, desta forma mantendo os níveis de glicocorticoides sistêmico elevados. A persistência de estados emocionais como ansiedade, depressão (ou estado depressivo), medos e fobias também favorecem a manutenção dos níveis de glicocorticoides sistêmicos elevados.

O sistema adrenérgico que se adapta em situações de confronto ou perigo é extremamente importante aos mamíferos, pois nos prepara para luta ou fuga e favorece a sobrevivência, transferência de genes e evolução. Mas por suas ações catabólicas, a ativação crônica é toxica para o organismo, deprimindo sistema imunológico e neuroendócrino, gerando o esgotamento dos sistemas de respostas emocionais que ocorrem no sistema nervoso central, especificamente em região límbica, que são extremamente sensíveis aos efeitos dos glicocorticoides. Este estado crônico gera esgotamento e deficiência na produção de neurotransmissores e seus respectivos receptores de Serotonina e Dopamina, principais neurotransmissores moduladores de comportamento.

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Em casos que o quadro crônico esteja instalado, independente da causa, ou seja, por questões de adaptação como medos, fobias, distúrbios de ansiedade ou causas orgânicas, a terapia comportamental por si só não será o suficiente, pois o animal que sofreu a degradação de seu sistema de adaptação não responderá satisfatoriamente a terapia, sendo necessário nesses casos o auxilio da terapia farmacológica.

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Para evitar ou reduzir a possibilidade do animal desenvolver um distúrbio comportamental no futuro, invista em acompanhamento médico veterinário regularmente e inicie o manejo comportamental desde os primeiros meses de vida do animal, pois nesta fase podemos aplicar varias técnicas comportamentais para preparar o filhote a lidar melhor com os estímulos estressores que ocorrerão em sua vida.

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